Uma beleza ímpar

       

          Numa linda manhã de primavera o sol desponta mansamente no horizonte jogando sua cabeleira dourada no vale que circunda a planície esverdeada. Clarinha sai para passear. Ela ama o contato com a natureza. A grama macia acaricia os seus pezinhos e os pássaros vem saudá-la entoando suave melodia. Uma nuvem negra chega de repente e ofusca a beleza do lugar. Clarinha nem se dá conta da mudança que ocorre na paisagem. Um clarão risca o céu e o ribombar de um trovão se faz ouvir. Grossos pingos de chuva começam a cair molhando os cachos dourados do cabelo da menina. E estática ela permanece recebendo a chuva redentora que veio para fertilizar o grotão. E com um sopro o vento vai levando a nuvem para outro lugar. O sol brilha mais forte. As gotas de chuva adquirem nuances diversas. Clarinha bate palmas. É a primeira vez que ela vê uma chuva colorida. E lá no fundo da clareira Clarinha vê um arco colorido que parece brotar do chão. E com uma curva convexa Clarinha percebe que as cores do arco sobem até os céus para beijar as nuvens. E naquele dia Clarinha pôde assistir um dos mais belos espetáculos da natureza. A formação do arco íris naquele encontro ímpar do sol com a chuva.